sexta-feira, 24 de julho de 2009

Redes de pesca matam tartarugas

A pesca incidental é atualmente a principal ameaça às tartarugas marinhas. Presa incidentalmente nas redes e portanto sem poder subir à superfície para respirar, as tartarugas acabam desmaiando ou mesmo morrendo afogadas.

Em Barra Velha, as redes quando se encontram perto demais da praia e dos costões e lages, elas se tornam uma ameaça ainda maior, visto que muitas tartarugas costumam nadar entre as pedras, caindo facilmente nestas redes.
Na época da pesca da tainha, alguns pescadores desrespeitam as leis e fixam suas redes a menos de 800 metros da costa, o que ocasiona no aumento de mortalidade destes animais.

Somente neste inverno, durante a safra da tainha, surfistas da Praia do Tabuleiro, encontraram cerca de 5 animais mortos, um deles na manhã de hoje. O apelo fica para o cuidado com a distância da fixação destas redes, para que evitemos mortandade destes animais.


Foto: Bolinha, uma das mais antigas e dóceis tartarugas da Praia do Tabuleiro.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Estudos da CNM mostra que o governo desviou R$3,2 bilhões de royalties que deviam ser aplicados em meio ambiente de 2002 a 2007


A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) levantou as fontes de financiamento e os gastos no setor de Meio Ambiente, com o objetivo de conhecer as possibilidades de fortalecimento da gestão ambiental municipal. O estudo identificou o montante que realmente é aplicado no setor, com base no orçamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Um dos resultados que mais impressionou foi a descoberta de quanto do orçamento do MMA foi desviado, ou seja, foi contigenciado para a realização do superávit primário.

A receita prevista de royalties (petróleo, minerais e recursos hídricos) vinculados ao MMA foi de R$4,3 bilhões entre 2002 e 2007, a arrecadação vinculada chegou a R$3,81 bilhões e o efetivamente aplicado (dinheiro pago) foi de apenas R$606 milhões. Ou seja, cerca de R$3,2 bilhões de royalties do meio ambiente foram detidos pelo governo federal para futuro pagamento de juros da sua dívida. Esse tipo de desvinculação informal fere o espírito da Lei do Petróleo e o bom senso, segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Até 2002, o governo realizava a estratégia de contingenciamento sutilmente. De lá pra cá, a prática do desvio de recursos se tornou tão institucionalizada, que o governo criou uma espécie de fundo para, logo na previsão orçamentária, poupar esses recursos - é a chamada Reserva de Contingência. Os recursos destinados a esta reserva sequer são alocados nos orçamentos dos programas do MMA. A legislação determina que esses recursos - que são na maior parte proveniente de royalties de petróleo, de recursos hídricos e minerais - sejam gastos com meio ambiente, mas o governo utiliza a reserva para cumprir apenas contabilmente essa vinculação. Esses valores, que em 2003 representavam 5% do total do orçamento do MMA, passaram para aproximadamente 37% (0,37) em 2007, sendo que os recurso provenientes de royalties começaram a ser destinados para esta conta em 2003.

Entre 2001 e 2007, o governo executou R$7,4 bilhões do orçamento do meio ambiente, mas pouco mais da metade disso foi utilizado para o pagamento de apoio administrativo, ou seja, pessoal ativo do ministério. Outros 13% do total (R$961 milhões) foram gastos com a previdência de inativos pensionistas. Ou seja, apenas 36% foram executados em programas, sendo que, dentre estes, ainda temos gastos como serviço da dívida externa do Ministério, que somaram em torno de R$ 240 milhões no período.

Ao realizar uma análise da execução comparativa das fontes de royalties com as demais fontes do ministério, a CNM observou que, ao longo do período de 2002 a 2007, o grau de execução dos recursos de royalties diminuiu drasticamente, enquanto ocorre um sutil crescimento da execução das demais fontes.

Esse estudo teve como ponto de partida a necessidade de se discutir o financiamento do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, instituído em 1981 por meio da Lei 6.938, conforme foi feito em outras políticas públicas como a Saúde, Educação e Assistencia Social, por exemplo.

Para a CNM só será possível conquistar resultados expressivos para a preservação e manutenção ambiental - em um momento em que todo o mundo se volta para o Brasil quando o assunto é preservação - no dia em que os três entes federados trabalharem de forma cooperada e articulada, a fim de otimizar os recursos e ampliar as ações, tendo como eixo o artigo 18 da Constituição: " A República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição".